M&M: Conhecer, personalizar e fidelizar: os caminhos da propriedade sobre audiência
Nossos consumidores estão interessados em ter uma relação próxima da nossa marca?
Uma audiência para chamar de sua. Pessoas conectadas com sua marca, compartilhando seus dados conscientemente, numa relação de ganha-ganha. Esse é o cenário que as empresas devem buscar para os próximos anos, começando agora. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) — instituída no Brasil em 2018 —, somada ao fim dos third party cookies, está acelerando exponencialmente a importância das marcas de construírem suas próprias audiências através de first party data, mostrando que é imprescindível conhecerem os consumidores e construírem os mecanismos para ativar estes dados através de toda a cadeia de marketing e comunicação.
Quando uma marca alcança esta capacidade, dizemos que ela possui Propriedade sobre Audiência. É claro que a necessidade das marcas de conhecer o seu consumidor não é uma novidade. A importância deste assunto, contudo, cresce frente ao contexto em que estamos encontrando no mercado: consumidores cansados de interrupção, com a atenção fragmentada, e cada vez mais apropriados e educados sobre o controle e gestão dos seus dados pessoais.
A Propriedade sobre Audiência traz benefícios incríveis para as marcas: primeiramente, ela viabiliza um trabalho de retenção bem-feito, empoderando a marca de construir suas próprias ferramentas de comunicação para vender mais e, no longo prazo, diminuindo a necessidade de utilizar canais de mídia paga para vender. Um equilíbrio entre Aquisição de Clientes x Retenção – no caso, um aumento do LTV (Life Time Value). Em segundo lugar, ela nos possibilita qualificar a compra de mídia, quando necessário, otimizando investimentos e, consequentemente, diminuindo o CAC.
Ainda, o domínio e uso com maestria do first party data possibilita às marcas aprofundar o conhecimento sobre seus consumidores: quem são, de que canal vieram, o que consomem, quanto consomem, por onde consomem? Informações como essas nos inspiram a qualificar nossas estratégias criativas e, casadas com dados do mercado, consumo de conteúdo, entre outros, qualificam a capacidade criativa de uma marca.
O investimento em Propriedade sobre Audiência não é somente uma oportunidade, como um movimento responsável por parte das marcas. Estamos vivendo um momento em que os consumidores estão mais cientes e educados quanto ao controle de suas informações pessoais. A adequação, portanto, das empresas à LGPD é um movimento que corrobora muito para uma responsabilização pelos dados dos consumidores e traz clareza para a relação. É um contexto que nos obriga, como gestores de marca, a efetivamente criar valor que justifique o uso de seus dados. Desde os acontecimentos da Cambridge Analytica nas eleições norte-americanas em 2016, o assunto da privacidade dos dados virou pauta a nível global.
O cenário sem dúvidas é desafiador e requer investimentos, mas ao mesmo tempo é extremamente empolgante: as marcas assumindo, de fato, o protagonismo na relação com seus consumidores: gerindo os dados destas pessoas com consciência e responsabilidade, criando conteúdo que desperte o interesse genuíno nas pessoas e personalizando a experiência em pontos de contato e venda proprietários. Minha sugestão para qualquer marca querendo construir Propriedade sobre Audiência? Inicie respondendo à pergunta: Nossos consumidores estão interessados em ter uma relação próxima da nossa marca? O que vamos fazer para eles genuinamente se aproximarem da gente?
Artigo originalmente publicado no Meio e Mensagem.